segunda-feira, 16 de agosto de 2010

História de restauração de casamento

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei suamão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou ejantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha quedizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei oassunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmenteperguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou ostalheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós nãoconversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria ummotivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma respostasatisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a elamais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixandopara ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher comquem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eufiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltariaatrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente elacomeçou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu mesenti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcionas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava maisperto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada namesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormiimediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com aJane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa,escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não querianada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Elapediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos deforma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nossofilho faria seus examos no próximo mês e precisava de um ambientepropício para prepar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com orompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela melembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa nodia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu acarregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que elaestava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornarmeus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito eachou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condiçõesassim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitaro divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muitotempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia,foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papaiestá carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaramconstrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta deentrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minhaesposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para onosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando eentão a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada dacasa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para oescritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meupeito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebique há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamentetinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto,seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento tevemuito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que haviafeito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maiorcom o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela amim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava acada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvezmeus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentouuma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com umsuspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Euentão percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí afacilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carregatanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiqueio braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na horade você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mãotodas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposaabraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longossegundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora queestava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meusbraços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada dacasa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra omeu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu asegurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhaspernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciandoestas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidadecom o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuroendereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar deidéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu aporta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais medivorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está comfebre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eunão vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós nãosoubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por faltade amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minhaesposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-laaté que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu aporta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu volteipara o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquêde rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostariade escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meusbraços todas as manhãs até que a morte nos separe".
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão eum grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto ondeencontrei minha esposa deitada na cama - morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, maseu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo erradocom ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dosefeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntosproporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã.Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam numrelacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheirono banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas nãoproporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para seramigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro paramantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!
(Autor desconhecido).

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